Cansei de Ser Sexy para os Homens Medíocres
10/01/2023

A partir de agora só te quero a ti, homem maduro (onde quer que estejas) livre, disponível e liberto de traumas e outras bagagens, capaz de entender que uma mulher tem as suas necessidades e gosta de ser cortejada, cheirada, tocada, abraçada, lambida, beijada, penetrada com jeitinho e com ritmo, que é credora de um pénis ereto, cheio de tesão pela divindade que é, com as veias a pulsar, tal e qual como se vê nos filmes eróticos. 

Mas eu como mulher divina, quero primeiro conhecer o meu corpo, amá-lo como precisa de ser amado e respeitado. Preciso de compreender as necessidades básicas do meu corpo, lubrificá-lo, saber os limites, saber o que me dá prazer, ou o que me incomoda.

Ainda antes disso quero gostar de mim e saber que sou bonita, que me gosto de ver numa lingerie, apesar de não me parecer com as manequins que mostram nas embalagens. Quero usar uma lingerie só pelo prazer que me dá sentir-me sexy, ainda que ninguém veja e que não seja para toda a gente ver. Quero usá-la nem que seja para ir ao supermercado, à secção dos congelados, porque da maneira como vou, vou precisar mesmo de um ar frio para refrescar.

Adoro vestir aquele macacão que tem um orifício por baixo, que assenta na minha vulva como uma luva, para sentir que se quisesse poderia ter sexo com quem me apetecesse, onde me apetecesse, embora não me apeteça. 

E se me apetecer colocarei um ovo também para andar de uma forma mais sensual, a estremecer em cada passo, a abanar as ancas, como se o meu corpo dançasse, depois de me convidares para jantar num restaurante da moda, em Lisboa.

Desta vez não vou esperar por nenhuma ocasião especial, nem vou esperar por nenhum príncipe montado num cavalo branco que me ensine os prazeres da vida, nem vou estar mais à espera de ser ressuscitada, vou ressuscitar-me a mim própria e logo amarei quem o destino me enviar, desde que cuide de si própri@ e que seja bonit@, mas que não tenha vontade de me extrair nada, que não seja dar-me amor e respeitar-me, sem condições nenhumas.

Vou andar com uma lingerie sexy todos os dias da semana que tiverem feira no nome, porque é isso que a vida é: uma feira alegre e divertida, vou massajar-me com um dildo ao som de um rapper americano e beber uma taça de champanhe ou um vodka laranja, pois não quero ficar com barriga de cerveja, embora goste de cerveja alemã com sabor a banana.

Vou ver uma série erótica na Netflix e masturbar-me ao som de outros a fazerem amor, homens com mulheres e mulheres com mulheres, tudo o que for para mim sexy, desde que seja amor, estúpido e louco.

Sou uma mulher, por vezes diabo, por vezes anjo, mas nunca com um vestido de organza.
Estamos no mundo para viver, e não se pode viver só de espiritualidade, o que está muito na moda. Mas é neste mundo que vivemos e temos certas necessidades básicas que não podemos renegar, porque não é da nossa natureza, e muitas vezes ao negar essas necessidades, podemos entrar em doenças e outras maleitas. 

O amor é lindo, mas o sexo também.

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